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AULAS VIRTUAIS, LIVROS E FÓRUNS DE DISCUSSÃO: O RICARDINHO PROFESSOR DÁ LUGAR AO ALUNO

Ricardinho descartou algumas ofertas para seguir
com os estudos em 2012 (Foto: Getty)
O mesmo Ricardinho que completa dois meses no comando do Ceará nesta semana e briga para chegar ao seu primeiro título no clube é aquele que, ao voltar diariamente do CT, é obrigado a se debruçar sobre os livros, assistir aulas virtuais e correr atrás dos prazos para entregar trabalhos. Em sua residência em Fortaleza, o professor dá lugar ao aluno.

O ex-jogador começa a definir neste domingo, contra o ASA, fora de casa, uma vaga na final da Copa do Nordeste. Se em campo o seu time vem bem e eliminou o favorito Vitória, fora dele o treinador tenta dar conta da rotina que prestar uma faculdade de educação física à distância e ainda ter que completar o curso de formação de treinador lhe submete.

“O primeiro ano de educação física eu fiz à distância, mas, para esse segundo, estou tentando resolver porque tenho aulas e provas presenciais. Como estou em Fortaleza, estou buscando uma definição para saber como vai ficar isso”, explica ao ESPN.com.br. “Acredito que até o final do mês conseguirei uma posição”.

Segundo Ricardinho, após deixar o Paraná, ainda em setembro, em sua primeira aventura no banco de reservas, ele chegou a recusar algumas ofertas para poder encerrar o segundo semestre letivo com tranquilidade. O técnico do Ceará ainda não sabe se poderá completar os quatros anos de faculdade. Depende basicamente dos rumos que sua carreira irá tomar. Sempre sincero, ele critica a falta de profundidade da matéria sobre futebol.

“Infelizmente essa é uma realidade. Para quem quer ser treinador, a faculdade não acaba apresentando muito conteúdo nessa parte. O conteúdo é muito restrito, pequeno. Tomei a decisão de fazê-lo mais pela oportunidade de conhecer outras áreas e poder dialogar sobre o assunto. Para ser treinador de futebol, não precisa ter diploma”, afirma.

Aos trabalhos da faculdade à distância, Ricardinho ainda acrescenta as atividades que precisa cumprir no curso de formação de treinador mantido pela CBF em parceria com a universidade PUC-Minas. As aulas acontecem ao final do ano, na Granja Comary, no Rio de Janeiro, e contam com profissionais conhecidos do meio. Na turma do ex-meio-campista do Corinthians, estavam Roque Junior, Doriva, Branco, Rodrigo Mendes e Paulo Isidoro.

Todos eles passaram em dezembro uma semana no centro de treinamento da seleção brasileira, com direito a material didático e alimentação. A hospedagem ficava por conta de cada um. Entre os professores do então aluno Ricardinho, estiveram o diretor-executivo do Coritiba, Felipe Ximenes, o técnico do Goiás, Enderson Moreira, e o ex-auxiliar da seleção portuguesa, José Guilherme.

“Para quem tem ideia de seguir para o banco de reservas, é muito interessante. Eu recomendo”, avalia o comandante do Ceará. “É uma semana direto com palestras, aulas, discussões táticas, aquilo que realmente precisamos para a função”, prossegue.

No fim da última temporada, Ricardinho completou a primeira etapa do nível 3 do curso. Ainda falta a segunda parte, prevista para dezembro desse ano. Antes disso, o semifinalista da Copa do Nordeste precisa entregar alguns trabalhos, claro. “Alguns já enviei, outros vou enviar ainda. São profissionais ligados ao futebol, então, eles entendem esse problema de tempo”, comenta. O pentacampeão mundial está de olho numa extensão das aulas, com a abertura de um novo nível.

“O nível 4 não existe, estão tentando uma parceria com a Uefa para unificá-lo. Seria uma oportunidade para o treinador trabalhar com licença em países europeus. Não que o nível 3 não dê isso, mas existe a ponderação de algumas ligas que não aceitam”, finaliza o aluno Ricardinho.

Fonte: ESPN

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